Conheceram-se na cidade céu. Ela carregava uma única bolsa de mão, em que guardava livros velhos e folhas soltas com rabiscos de um romance que gostaria de ver, algum dia, na estante de alguma livraria famosa, sem pretensões de tornar-se uma Nobel de literatura. A cidade era nada familiar para quem vivera a maior parte da juventude olhando as ondas do mar curvar-se aos pés, enquanto o vento revolto emaranhava os cabelos.
Sentiu-se só, desesperadamente só. Como uma estrela que na singularidade daquele céu excessivamente extenso perde-se entre as outras radiantes. Num sopro do destino, enquanto apertava o copo de café para esquentar as pontas dos dedos, ela deparou-se com o homem que lhe traria amor.
De maneira explícita, aqueles olhos miúdos do rapaz a convidavam para aventurar-se em um romance que ainda não permitia definições e, finalmente, livrar-se da mesmice de todos os dias.
Era como se estivesse hipnotizada pelo olhar convidativo daquele desconhecido. Sem perceber, deixou que o café queimasse as pontas dos dedos. Estava desesperada com a idéia de jamais atar-se a vida do homem.
Pensou no fracasso daquele amor sem lugar. Entristeceu noite e dia. Então, permitiu-se esquecê-lo.
A moça do sorriso meigo e de flor no cabelo sentiu um reboliço nos sentimentos. O tempo a fazia crer que aquele não e era encontro de Deus. Mas, bastava-lhe um olhar discreto e a flor desabrochava.
Queria aquele homem! Queria-o de amor e teimosia. Quando o perdeu de vista, Prometeu a si mesma, jamais envolver-se em abraços que não fossem fortes o suficiente para segurar o coração que ameaça escapulir pela boca. A promessa era em vão. Afogava-se em lágrimas, despedaçava-se por inteira de amor.
Desesperada, forjou um encontro. No meio da rua, em frente à casa do homem, mesmo sem saber se era casado, respeitado pai de família, correu em direção a ele e não hesitou em pedir que ficassem a sós, despida nos braços do amado, que afagava seus cabelos com a delicadeza das mãos de um poeta.
Desesperada, forjou um encontro. No meio da rua, em frente à casa do homem, mesmo sem saber se era casado, respeitado pai de família, correu em direção a ele e não hesitou em pedir que ficassem a sós, despida nos braços do amado, que afagava seus cabelos com a delicadeza das mãos de um poeta.
Enfim, sorriu e não apenas com os lábios. Estirada, enquanto Téo brincava com os cachos dos cabelos de Alice, ela sentia o coração gargalhar.
4 comentários:
:~~
Querida,
você escreve maravilhosamente bem, e o melhor, com um amor esparramado, que escorre das letras, das palavras. Saudades de nossos papos na Agência. Beijos.
essas casualidades de momentos eternos deixados de lado...
ode a oportunidade sempre!
perfeitos! adorei linda!!
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