De tanta vergonha, enquanto esvaziava o peito de ressentimento e cólica pelo acontecimento, barbeava-se sem olhar no espelho. Intercalava os furúnculos na bochecha esquerda e lembrava-se, da discussão de ontem a noite. Foram ditas palavras que lhe arderam os ouvidos de tanta acidez.
Pouco antes das cinco horas, já fazia sol e o vento entrava pela pequena janela, mesmo sem permissão, ilustrava os móveis empoeirados do quarto-sala e a penumbra se desfazia, aos poucos, com os fleches de luz.
Gael se assustou com a impetulância do despertador. Era sábado mas, por conta da noite de ontem, não conseguiu pregar os olhos, além do que, sempre pensou que dormir mais do que cinco horas, por dia ,era perda de tempo. Ainda não sabia do ocorrido com Anita, não se soube ainda como reagiu.
A mulher contemporânea e decidida se chamava Anita. Especialistas consideravam-na pessoa imprevisível, inconstante mas, de coração puro e intenções, consideravelmente, bem vistas. Esguia e branca como leite, Anita era mesmo é geniosa. Rica, fazia parte do clã mais tradicional do estado. Moravam num casarão beira-mar, ela e Clarice, governanta da casa há 40 anos. O local era propício para que Anita forjar-se encontros casuais, onde bebia-se uísque e discutia-se assuntos de ordem social. Era curioso, como a vanguarda dos poetas burgueses misturavam-se aos jovens militantes do povo.
Naquele dia, o dia do fato ocorrido, Anita estava bela. Não bonita como de costume mas, um deslumbre, vestida em vermelho. A poucos dias, havia cortado os cabelos de rapumzéu, um pouco acima dos ombros e, com sombra preta, esfumaçou nas pálpebras, o que lhe escondia do rosto, a face de menina. Estávamos todos na varanda da casa, uns discutiam consumismo, outros comunismo e as tantas da noite, as conversas se confundiam, assim como muitos de nós.
Anita estava exagerada, ainda mais do que de costume. A tantas horas da madrugada, levantei-me para ir ao banheiro, quando encontrei Gael, o amante assumido de Anita. Gael era moreno e tinha mãos fortes. Naquele instante em que chorava, copilosamente, encolhendo-se no canto da sala, não conseguia decifrá-lo.
Pouco antes das cinco horas, já fazia sol e o vento entrava pela pequena janela, mesmo sem permissão, ilustrava os móveis empoeirados do quarto-sala e a penumbra se desfazia, aos poucos, com os fleches de luz.
Gael se assustou com a impetulância do despertador. Era sábado mas, por conta da noite de ontem, não conseguiu pregar os olhos, além do que, sempre pensou que dormir mais do que cinco horas, por dia ,era perda de tempo. Ainda não sabia do ocorrido com Anita, não se soube ainda como reagiu.
A mulher contemporânea e decidida se chamava Anita. Especialistas consideravam-na pessoa imprevisível, inconstante mas, de coração puro e intenções, consideravelmente, bem vistas. Esguia e branca como leite, Anita era mesmo é geniosa. Rica, fazia parte do clã mais tradicional do estado. Moravam num casarão beira-mar, ela e Clarice, governanta da casa há 40 anos. O local era propício para que Anita forjar-se encontros casuais, onde bebia-se uísque e discutia-se assuntos de ordem social. Era curioso, como a vanguarda dos poetas burgueses misturavam-se aos jovens militantes do povo.
Naquele dia, o dia do fato ocorrido, Anita estava bela. Não bonita como de costume mas, um deslumbre, vestida em vermelho. A poucos dias, havia cortado os cabelos de rapumzéu, um pouco acima dos ombros e, com sombra preta, esfumaçou nas pálpebras, o que lhe escondia do rosto, a face de menina. Estávamos todos na varanda da casa, uns discutiam consumismo, outros comunismo e as tantas da noite, as conversas se confundiam, assim como muitos de nós.
Anita estava exagerada, ainda mais do que de costume. A tantas horas da madrugada, levantei-me para ir ao banheiro, quando encontrei Gael, o amante assumido de Anita. Gael era moreno e tinha mãos fortes. Naquele instante em que chorava, copilosamente, encolhendo-se no canto da sala, não conseguia decifrá-lo.
Gael correu para o meio da sala, onde bêbados dormiam e outros exageravam na dose. Por fim, caiu aos pés de Anita que lhe olhava com desgosto nos olhos. O homem soluçava, tentando organizar as idéias:
- Anita, fiz o que me pediu. Deixei minha mulher e meus filhos. Case-se comigo, Anita. Estou na merda, um fracassado!
Anita, por sua vez, reagiu de forma sucinta, com desprezo e dramatização de uma exagerada nata. Com rugas de espanto na testa e os olhos arregalados, virou-se aos convidados que não prestavam davam muita atenção na cena. Séria, Anita começou: - Bem amigos, como vocês todos sabem, eu venho mantendo uma relação de cuidados com este homem. É verdade que lhe amei querido Gael, desejei tê-lo como meu marido, cheguei a pensar na morte de sua esposa. O fato é que há poucos dias descobri, dentro de mim, uma independência incrível, seria um erro imperdoável botar tudo a perder casando-me contigo, abdicando de minhas manias no tédio de tua cama! por fim, gargalhou.
Gael urrava enquanto, atribuía palavras sujas a mulher , ao mesmo passo em que gritava enlouquecido:- Eu te amo, Anita! Eu te amo! Eu te amo! Vá a merda, desgraçada!
Após a última cena de pavor, nós, os convidados, fomos saindo aos poucos.
Após a última cena de pavor, nós, os convidados, fomos saindo aos poucos.
Anita, inconstante como ela, enquanto o circo desarmava-se, caiu em profunda depressão, quase afundou-se nas próprias lágrimas, enquanto a maquiagem escorrida no rosto desfigurava sua beleza. Correu em direção ao mar e afogou-se, forçando um suicídio. Enquanto gritava por Clarice, as ondas lhe esbofeteavam, calavam os suplícios, aos poucos. E Clarice dormia em paz, no aconchego da cama, embalada nos lençóis.
por Tainá Falcão
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